Sensações
Carvão sobre papel
59 x 79 cm
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Sensações
(Sakna Tómatsósu)
Há muito não me via assim
Tão despojado do ser
Feliz e ululante cantara
A perambular no viver
Estático o filme sem voz
Solene passo cumprido
Enebriando o corpo na foz
Ao abafar o seu grito
Mistério no conto deixado
No criado-mudo embutido
Em parcas linhas riscado
O roteiro do homem traído
Trapos de roupas ficaram
Do herói de rima tão pobre
De versos outrora cantados
Em ode aos deuses e nobres
O coração no peito que pulsa
O sangue tão rubro no cenho
A raiva ou vergonha estampa
Desejo de amor entremeio
Desfaz-se assim da alegria
Crepita o fogo que arde
Imensa e sem fim nostalgia
Nos olhos sagazes invade
Assim um amor proibido
Na alma bate sem pena
Mandando fugir desse mundo
Para encontrar o jardim
Floresta de múltiplas cores
Vibrantes cheirando a jasmim
Felicidade voltando em sonho
A paz habita em mim.