Não sei quanto a vocês, mas eu pertenço ao grupo dos órfãos de BBB, aqueles aficcionados que aguardam ansiosamente pelo início do programa no mês de janeiro, procuram logo decorar os nomes dos participantes e identificar características interessantes e...nada de realmente interessante se apresenta.
Começamos então a procurar desculpas ou motivos de menor importância para "amar" ou "odiar" alguns participantes. Sim, porque o melhor do jogo, o que mantém nosso vício, na verdade, é nos envolvermos através dos sentimentos mais fortes e profundos que costumam mover as torcidas em geral: o amor e o ódio, que derivam na aprovação ou na rejeição, no abraço ou na repulsa. É óbvio que, felizmente, esse envolvimento tão profundo tem prazo de validade. Geralmente lá pelo final de março ele entra em recesso, para ressurgir, glorioso, no início de janeiro do ano seguinte, com alvos inteiramente diferentes.
Que sentimentos nos despertam os participantes do BBB14? No máximo um risinho aqui, uma raivinha ali, um nojinho lá, tudo tão pequenininho quanto são esses "heróis" do Bial. São eles tão inócuos, tão desprovidos de atrativos e até mesmo de objetivos, que nos causam essa triste sensação de orfandade.
Numa pequena análise dos 13 participantes atuais, até porque falar dos 20 seria tarefa árdua demais, eu diria...
Aline - o retrato da carência afetiva. Não só de um homem que a deseje e abrace, mas também do amor do público, que ela tentou cativar de forma quase patética quando sentadinha naquela cadeira amarela, cujo tamanho, aliás, só tem explicação em algum surto megalomaníaco e sádico da produção.
Ângela - o simbolismo da má sorte, uma vez que escolheu Letícia como a melhor amiga e Junior como objeto de paixão e desejo. Se eu acreditasse em "trabalhos feitos", diria que alguma inimiga mortal da menina investiu fortemente em pipoca, velas e galinhas pretas antes que ela entrasse na casa. Ainda assim, ela poderia ter superado essa infelicidade, mas não é o que se vê. Transformou-se, de jovem bonita e interessante, em criaturinha cansativa, amarga e grosseira.
Cássio - o último bote do Titanic. Melhor tomarmos posse dele do que morrermos afogados. Há ainda o fato de que ele representa com propriedade o "non-sense", gênero preferível às imitações de novelas mexicanas e, particularmente para mim, esconde inteligência e sensibilidade que não encontram motivação nos demais para afluir.
Clara - tão somente uma atriz pornô. Nada além disso. Críticas a isso? Não! É uma profissão! A profissão que ela escolheu por vocação, necessidade ou análise de mercado, como se dá com qualquer outra profissão. Não me agrada que ela só nos mostre isso, como não me agradaria que um participante de profissão médico proctologista quisesse nos presentear no BBB, a todo momento, com demonstrações de seus métodos de diagnóstico. Acredito que não agradaria aos outros participantes também. Ou talvez sim! Não sei! Bella com certeza aprovaria, mas Bella é passado. Morreu!
Diego - a síntese do mau-humor! Os outros participantes o incomodam, a companheira, versão feminina dele mesmo, o incomoda, o frio o irrita, as provas o enervam, a falta de cigarros o desequilibra, os votos o descontrolam. Somente a cama o acalma, para o sono reparador ou para o sexo aliviante.
Fran - a personificação da grosseria! Suas feições são agressivas, seu tom de voz é agressivo, sua postura é agressiva, suas respostas às mais simples perguntas são agressivas. Tudo e todos a irritam. Distribui grosserias sem parcimônia. Somente a cama a acalma, para o sono que nada repara ou para proporcionar alívio ao companheiro, triste condição que, incrivelmente, não parece irritá-la. Há mais fetiches neste mundo do que sonha nossa vã filosofia...
Junior - a arrogância. Ele se considera lindo, irresistível, poderoso, infalível, sedutor. Talvez sua mãe, inocentemente, o tenha convencido de que é detentor de todos esses atributos. Há que se perdoar a mãe. Não se pode perdoar as demais mulheres que, cruzando seu caminho, reforçaram nele essa certeza. Tendo essa certeza, julgou o pequeno Junior que nada precisaria desenvolver. E nada mais desenvolveu!
PERDEU PLAYBOY!
Letícia - a sedução. Mulher bonita, preocupada com a aparência, somente com a aparência, necessitada de elogios tanto quanto necessita do oxigênio que, por vezes, parece se perder em suas curvas e não alcançar o longínquo cérebro. Vê, ouve e sente somente a si mesma, abrindo o sorriso, os lábios e os braços a quem reconhecer que "outra igual a Letícia não há". Chamá-la de traidora ou de prostituta, como chego a ver, não é justo. Ela precisaria ser algo mais para se encaixar em alguma dessas categorias.
Post elaborado por Karmem Mir