Para o dia da poesia um soneto shakesperiano dodecassílabo:
Poesia sem MiMiMi
Hoje, nada de BBB comentaremos
Tudo volta ao começo com o gosto do fim
A amargura que salta do barco sem remos
Naufraga no ódio de uma piscina carmim
A beleza que irradia em seus corpos
Esconde as chagas de um espírito ruim
Sobre seus músculos a conduta dos mortos
Ocultando-se o demônio em um querubim
Entretenimento que é o bom não se paga
As brincadeiras que, aqui, fazemos...isso sim
Não tem fala, nem só música que embala
É que as flores vermelhas enfeitam o jardim
Agradeçam quando a poesia estática
Movimenta a leveza em sorrisos assim
Colaboração: Zec Svinja
"Ninguém doma o coração de um poeta"
Vencedor
de Augusto dos Anjos
Toma as espadas rútilas, guerreiro,
E à rutilância das espadas, toma
A adaga de aço, o gládio de aço, e doma
Meu coração — estranho carniceiro!
E à rutilância das espadas, toma
A adaga de aço, o gládio de aço, e doma
Meu coração — estranho carniceiro!
Não podes?! Chama então presto o primeiro
E o mais possante gladiador de Roma.
E qual mais pronto, e qual mais presto assoma
Nenhum pôde domar o prisioneiro.
E o mais possante gladiador de Roma.
E qual mais pronto, e qual mais presto assoma
Nenhum pôde domar o prisioneiro.
Meu coração triunfava nas arenas.
Veio depois um domador de hienas
E outro mais, e, por fim, veio um atleta,
Veio depois um domador de hienas
E outro mais, e, por fim, veio um atleta,
Vieram todos, por fim; ao todo, uns cem…
E não pôde domá-lo, enfim, ninguém,
Que ninguém doma um coração de poeta!
E não pôde domá-lo, enfim, ninguém,
Que ninguém doma um coração de poeta!
Fonte: boteco literário