A PARTIR DAS 20:00 h
MUSIC BBBOXBAGEM
Apareçam!!!
Antes de tudo, até mesmo de começar o jogo para valer, Boninho resolveu ajustar seu tiro para que seu projétil atingisse o alvo, ou seja, obtivesse um tiro que a Artilharia do Exército chama de NA. Para tanto colocou 20 confinados para descartar 4 antes que começasse o jogo verdadeiro.
Em edições passadas incluiu ex-BBBs e casa de vidro para prender a atenção inicial e acabar com o marasmo das primeiras semanas. Semanas iniciais que esse ano negamos veementemente que eram chatas. Como geração boa é sempre a nossa e não a de nossos filhos repetimos isso como mantra: o melhor BBB foi o X. Difícil de nos convencer do contrário.
E os participantes? Os novos são sempre os piores, tanto que buscamos em outras edições o arquétipo do favorito. Nessa edição, até agora, definitivamente a temos uma safra de samambaias (plantas lindas, mas que só servem para enfeitar) que cairão (esperemos) no gosto popular.
Voltando para o Bush do BBB, uma de suas "pedras no sapato" que teimavam em machucá-lo eram pesquisas dos sites, especificamente do UOL. Problema que esse ano já resolveu. Destruiu (sem teoria da conspiração, por favor!) as enquetes com dois resultados surpreendentes. Falta de credibilidade ratificada por 64% de votos na eliminação da Princy (Como assim Bial?) em um paredão triplo.
Nada será como dantes no quartel de aBBBrantes. Como acontecera no paredão de Kamilla em 2012 tudo pode acontecer a contragosto do público e ao bel-prazer da produção. Tudo certinho para forjar um campeão.
E como nasce um campeão de BBB? Boa pergunta!
O jogo, salvo melhor juízo, começou ontem e mostrou que as plantas estão aí para lutar (não sei se pela semelhança dos cones com vasos facilitou). Às 14:29, de Brasília, restavam apenas 2. Esse fato isoladamente seria comum a todas as edições, porém, às 09:00h resistiam ainda 9 pessoas com sangue nos olhos de vencedor.
E qual a importância da prova para responder essa pergunta?
Claramente (sem trocadilho), os participantes tiveram peito de enfrentar o cansaço, o sono e os vícios nessa batalha. Isso para o público é importante na maioria das edições os ganhadores da primeira prova de resistência foram longe. E é nesse contato mais íntimo com os "brothers" sem a interferência de roncos e edredons é que nossas preferências se acendem ou ascendem a outro patamar. E entre eles aparecem o motivo para votarem entre si.
Com o enredo de novela mexicana ou de filme de "bang bang" a tônica do jogo é engendrada na polarização seja de grupos ou de participantes. Nesse momento quem estrategicamente se coloca no jogo é o Diego Luck Strike (que até ontem pensava que era mais importante um cigarro que uma banana). Pivô de diversos atritos na casa, lembrando a cantora Kamilla, pode receber a alcunha de "tadinho" ou de vilão logo logo. E encontraria sua opositora entre Bella e/ou Ângela.
Diego leva vantagem porque já se utiliza da tática de formação casal (Fran) e de um triângulo amoroso em potencial (Marcelo-Letícia-Diego) para conquistar o prêmio. Suas arquirrivais perdem no carisma e na questão do gênero do público votante (machismo do autor?).
Bella merecerá um capítulo especial nessa estufa que apresentamos. E Ângela (suspirosssssssss) apresenta uma doçura e sensibilidade explícita e ao mesmo tempo uma rispidez e frieza digna de uma ateniense. Por enquanto seu cenho sempre fechado não deixa seu carisma resplandecer (suspirosssss2).
Na reta final da prova da liderança encontramos Letícia e Valter. Valter lutou mas não conseguiu homologar sua condição (que ele criou) de síndico. Isso poderia escancarar para o público da casa e o da poltrona seu autoritarismo e rede de intrigas que tece junto com Bella.
A vencedora da prova, a espartana Letícia, seria a maior zebra do BBB se ganhasse o prêmio. A guerreira é o estereótipo do ódio feminino: bonita, esculpida em barro de 1ª qualidade (tosco comentário), articulada e fábrica de ferormônios. Seu poder de sedução é digno de uma gueixa o que desperta o ciúme mais irracional em todas as mulheres e transforma generais ou pierrôs (essa é outra história) em meros animaizinhos amestrados. Quem viver verá.
"Le petit façon" de Campeão não existe. Nesse jogo existem inúmeras variáveis impossíveis de se controlar: Boninho, patrocinadores, defensores de causas (ou causos) e, de forma contundente, o imaginário popular.
Agora começou: "quem souber jogar desce pro pray!"
Vou calar minha boca e ovacionar esses combatentes! Todos sem exceção! É até o Diego!
Nossa truculência
Clarice Lispector
Quando penso na alegria voraz
com que comemos galinha ao molho pardo,
dou-me conta de nossa truculência.
Eu, que seria incapaz de matar uma galinha,
tanto gosto delas vivas
mexendo o pescoço feio
e procurando minhocas.
Deveríamos não comê-las e ao seu sangue?
Nunca.
Nós somos canibais,
é preciso não esquecer.
E respeitar a violência que temos.
E, quem sabe, não comêssemos a galinha ao molho pardo,
comeríamos gente com seu sangue.
Minha falta de coragem de matar uma galinha
e no entanto comê-la morta
me confunde, espanta-me,
mas aceito.
A nossa vida é truculenta:
nasce-se com sangue
e com sangue corta-se a união
que é o cordão umbilical.
E quantos morrem com sangue.
É preciso acreditar no sangue
como parte de nossa vida.
A truculência.
É amor também.