quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

#SomosTodosCacau


E POR FALAR EM FESTA


EU, COMO CACAU




Breves (se eu conseguir, claro!) considerações sobre o romance Macau, ou Catheus, que me soa melhor pelo sufixo grego que remete às origens do teatro ocidental (sendo esse o título, imaginem se as considerações poderão ser breves rss) 


Para ser justa, eu me teletransportei aos meus 19 anos, vesti meu tubinho vermelho de piquê, calcei meus sapatos de verniz com bico fino e salto nem tanto, desfiei os cabelos loiros e longos com pente fino, prendi-os num coque e fixei com laquê que cheira à farmácia, usei algumas gotas de Givenchy III (que uso até hoje, porque a esse serei eternamente fiel) no pescoço e nos pulsos, pintei as unhas de rosa clarinho (o vermelho não era muito bem visto pelas moças de família), nos lábios um batom discreto e nas pálpebras um fino traço de delineador plástico (muito prático, pois era só puxar a tirinha na hora de tirar) e levei um susto: que pele mais lisinha e que cinturinha fina!!! Puxa: até que eu era bem interessante!!! rss

Ahhhhhh Ivy, para com isso e vamos ao que interessa: a paquera, o namoro, a atração física, a paixão, o amor aos 19 anos...

Tudo começava, claro, por iniciativa dos meninos, porque meninas que se adiantassem nessa área já eram tachadas de fáceis. Havia aquelas pra namorar e as fáceis (louvo as meninas de hoje, que romperam essa barreira, se bem que algo me diga que muitos meninos ainda não, o que resulta em evidentes desencontros, potenciais desastres e o salto sobre etapas fundamentais para a construção de um relacionamento amoroso). Divaguei, desculpem! Juro que não quero entrar no terreno da avaliação da criação diferenciada de meninos e meninas por pais machistas (e por pais entenda-se pai e mãe!!!!!!!!!!) Quieta, Ivy! Você jurou!

Vamos lá:

1)   eu tenho 19 anos e o jovem de 20 e poucos, que eu acho bem bonito por sinal, após alguns minutos de conversa e muitas risadinhas, me diz que eu sou linda por dentro e por fora! - A menos que ele seja técnico de radiologia e me mostre por imagens que minha coluna vertebral e todos os meus órgãos internos são de uma beleza estonteante, eu dou uma sonora gargalhada;

2)    ele me diz a mesma coisa, mas é o Johnny Depp travestido de D. Juan e ao fundo ouço When a man loves a woman!!!! – Eu finjo pra ele que acredito, porque afinal há todo um clima e, pelo amor de Deus, é o Johnny Depp!

3)    ele me diz que sou a menina mais linda do mundo, eu sei e sinto que ele é um sedutor profissional, mas estou muito atraída!  - Eu finjo pra mim mesma que é verdade, porque, ai vida, não quero dispensá-lo;

4)   não resisto a encaixar aqui uma experiência vivida em que ouvi do alvo da minha paixão “eu nasci de novo quando te encontrei!” -  Enquanto bem lá no fundo uma vozinha me dizia que nem mesmo o Dalai Lama acreditaria na possibilidade de haver tantas reencarnações quantas as vezes que o sedutor já devia ter dito essa frase, (eu estava apaixonada, droga!) eu finji pra mim mesma que era verdade, porém consciente de que aquilo tudo duraria pouco, porque seria impossível confiar, mas o faz-de-conta valia a pena!

Isto posto, e agora sendo o mais justa que consigo ser, aos 19 anos eu trabalhava numa multinacional e cursava a faculdade à noite, já havia traçado meu caminho profissional e adquirido know-how quanto às reações possíveis para cantadas: sorrir e sair sem responder, ignorar, fingir que não entendia, considerar se me convinha, e por aí vai... Além disso, tinha suporte familiar no carinho e no apoio incondicional de pai e mãe.

Cacau tem 19 anos em 2016, época em que beijar sem namorar não caracteriza vulgaridade (aleluia!); pelo visto é influenciável, pois pedia a opinião de todas as outras sobre como agir; ainda não encontrou seu caminho profissional na vida; perdeu o pai recentemente; guarda rejeições sofridas por ter sido mais gordinha do que as amigas e a atração física, no caso dela, bateu forte.  - Ela sabe que ele não é técnico em radiologia, mas sua reação se encaixou na hipótese 3) = fingiu para si mesma que era verdade porque, minha nossa, foi tão bom!

5) outra experiência inesquecível revisitada no túnel do tempo: o menino é atraente, trocamos olhares num baile da faculdade, ele me chama pra dançar (sim, era preciso esperar que eles chamassem ou "tirassem" a moça pra dançar rss) e, após umas 3 músicas, trocando algumas frases, ele me diz se chamar Hércules e solta "meu coração se regozijou ao te ver!!!!!!!!!!!!" Esse não teve chance! Mas nem se cumprisse as 12 tarefas em minha homenagem! kkkkkkkkkkkkk

Não houve crime ou pecado por parte de qualquer dos dois: ambos agiram por conveniência e foram motivados por interesse, mesmo que diversos!

E viva a vida, que por mais que seja errada ou sofrida, sempre é bonita!

Post by Ivy S


PS.: Amanhã publicarei o porquê do coelho embarcar na Kombi do Ronan

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