By Pontinho |
Nos anos de 1960, acontecia a primeira revolução sexual. O resultado da pílula anticoncepcional e ideias de livre expressão da sexualidade era libertária em várias áreas do campo do conhecimento.
Na época essa liberdade promoveu uma concorrência maior dos homens para conquistar as mulheres com maior "sex appeal". Enquanto as mulheres competiam para se tornarem as mais cobiçadas nessa dança do acasalamento.
No final dessa década vimos um homem mais feminino, usando cabelos grandes, bolsas a tiracolo e ao mesmo tempo mulheres mais dispostas ao sexo sem compromisso. Mas isso duraria pouco graças aos ciúme e o processo inverso se instalaria.
As mulheres começaram a se vestir como homem e ir em busca do poderio econômico tanto quanto o homem. Nesse contexto trabalhavam duramente o máximo possível e à noite queriam compensar a qualquer custo. A cocaína é a droga do momento.
Essa era nossa fotografia até que a indústria pornográfica ganha dimensões estratosféricas. Pornografia nunca foi novidade a diferença é a disponibilidade e a facilidade de acesso 24h.
Os jovens entre 16 à 18 anos demonstram (segundo pesquisa) cada vez menos interesse por mulheres para relações sexuais reais. Tal fato justifica pela sua preferência por sexo virtual, pago ou não, ou assistindo filmes pornográficos. As mulheres se tornam desinteressantes ante os prazeres que recebiam mesmo que fossem falsos.
O ponto crucial desse movimento é o de que obrigar a mulher a tomar iniciativa em bares ou boites, ação que era tipicamente masculina. O homem agora pode ficar em um bar encostado esperando a abordagem feminina. Talvez a primeira vez que o homem consegue reverter um resultado, nessa longa história de vitórias femininas. E tudo isso graças a indústria pornô.
Àquela competição que surgiu entre as mulheres pela atenção dos homens nos anos de 1960, agora se agrava. As mulheres agora disputam com as mulheres desses filmes pornográficos, então as imitam. Vestem-se de forma cada vez mais provocante estreitando o "gap" entre o vulgar e o da moda. Começam a fingir orgasmos, a aceitar "fetiches" que a molestam e mostram exuberância siliconada nessa batalha.
As garotas que não seguem a esse padrão são tachadas de caretas e pouco atraentes.
A juventude toda ainda não aderiu a esse modelo, mas é esse o caminho que se vislumbra; se nada for feito.
E no BBB14 essa é a tônica:
- Os homens são metrossexuais (Roni) ou esperam para serem conquistados (Júnior e Slim). Por outro lado, o único homem que idealiza a mulher e faz investidas é chamado de babaca (Marcelo). Já Cássio parece representar bem o grupo que não se interessa muito por sexo real e cria fantasias para se satisfazer (aceita até pegação embaixo de seu edredom enquanto dorme no chão)
- As meninas estão todas nesse estereótipo, inclusive Ângela, de imitar a pornografia. E o pior temos em Clara a representante autêntica do sexo virtual. Também só nisso é autêntica.
- Vanessa com seu pseudo ativismo oportunista nega que esteja no programa para mostrar seu corpo, mas em outro episódio diz a Clara que as 2 vivem do corpo. E vivem, claramente, desse oportunismo em uma relação que parece ter sido engendrada antes de entrarem na casa. Atiçam o imaginário pornográfico masculino com o fetiche do lesbianismo e ao mesmo tempo caçam o nicho comercial LGBTT. Estratégia interessante se não soasse tão falsa. Só existe "pegação" regada a muito álcool e com a ida ao paredão o relacionamento ficou mais estreito oportunamente. Caso tivesse sido eliminada o jogo de Clara teria sido outro, fato que foi evidenciado quando Cássio abriu seu voto aconteceu um afastamento inicial da loura.
- Mulheres como Letícia talvez sejam ainda o último elo perdido entre o real e o virtual. Aquela mulher que exala ferormônio até pelo chulé. Daquelas que ainda fazem "o homem gemer sem sentir dor".
Temos então o BBB com maior apelo pornográfico de todos os tempos, o que eram apenas nuances de "amor e sexo" como strogonoff de filé se transformou em miojo e fast food.
É o que temos para o BBB14 turbo e continuaremos, porque Boninho vai teimar em deixar Vanessa.
Princesa Ariel venha para cá desfilar em nossos mares!
Fonte: http://www.nossajovemguarda.com.br/2013/02/a-revolucao-sexual-nos-anos-60.html
Flávio Gikovate em somostodosum.ig.com.br
E Tatiele mais uma vez sobra.
EM FACE DOS ÚLTIMOS ACONTECIMENTOS
Carlos Drummond de Andrade
Oh! Sejamos pornográficos
(docemente pornográficos).
Por que seremos mais castos
Que o nosso avô português?
Oh ! sejamos navegantes
Bandeirantes e guerreiros
Sejamos tudo que quiserem
Sobretudo pornográficos.
A tarde pode ser triste
E as mulheres podem doer
Como dói um soco no olho
(pornográficos, pornográficos).
Teus amigos estão sorrindo
De tua última resolução.
Pensavam que o suicídio
Fosse a última resolução.
Não compreendem, coitados,
Que o melhor é ser pornográfico.
Propõe isso a teu vizinho,
Ao condutor do teu bonde,
A todas as criaturas
Que são inúteis e existem,
Propõe ao homem de óculos
E à mulher da trouxa de roupa.
Dize a todos: Meus irmãos,
Não quereis ser pornográficos?