terça-feira, 20 de janeiro de 2015

O QUINZE



Que número mágico é o quinze?

Ele vem depois do catorze ou quatorze e antes do dezesseis.
Quinze é um número defectivo, poligonal, triangular e hexagonal.
Aos quinze anos a menina transformam-se em moças e debutam para a vida social. As quinze eras que o poeta cantou como a base de cada primavera. Meus quinze anos que foi novela mexicana.
Em 15 nasceu Vitélio um dos monarcas do ano dos quatro imperadores de Roma.
E quinze metros era o tamanho da mulher contaminada por alienígenas cresceu e atacou seu marido infiel em um filme de 1958.



Ainda na ficção, Rachel de Queiroz (uma cearense arretada) escreveu o romance  "O Quinze". Enredo regionalista que tratava da vida dos retirantes nas secas cearense. Tema esse que há quinze anos não fizesse parte da vida, nem tampouco interessasse aos não nordestinos, entretanto procissões pedindo chuva  podem começar a aparecer em outras partes de nosso país. O detalhe do texto é que ele foge do maniqueísmo pobre bom e rico ruim que invade os romances com temática social.

E é a partir do livro O Quinze que tento analisar o BBB15 em seu enredo de análise psicológica. As personagens do livros são descritas paulatinamente dentro de uma narrativa contínua. Enquanto o autor libera a ação das personagens ele mostra suas inquietações sobre os mesmos sem apresentá-los em uma totalidade.

Será que em três meses de programa conseguimos entender a complexidade de cada "brother". Terminará o programa e continuaremos em dúvida que as atitudes dos participantes são apenas "teatro"? No final das contas a "casca" dos BBBs não importa para o grande público, ou para seus eleitores. O importante é a paixão que eles conseguem desenvolver em outrem.

No livro a história acontece no Ceará, em 1915, com um fluxo temporal valorizando o presente e o cotidiano das pessoas tendo o passado apenas como um complemento.

Será que as histórias anteriores dos participantes realmente importam para a audiência? Um vencedor já foi sumariamente eliminado por uma brincadeira em um outro programa. Um menino com publicações preconceituosas na internet conseguiu avançar bastante no programa.

A linguagem do manuscrito é simples buscando termos coloquiais sem a mínima pretensão literária e sem carregar nos termos regionais. Uma obra que gerou revolta nos meios literários principalmente pela crítica ferrenha de Carlos Drummond de Andrade. A literatura inculta.

Essa linguagem que imortaliza O quinze talvez seja o segredo da longevidade do BBB. E ao mesmo tempo gera a animosidade das camadas mais "EDUCADAS" da sociedade brasileira.

A narrativa do livro é em terceira pessoa como sujeito onisciente que invade a intimidade dos personagens como se fosse um Deus. Conhece o exterior e o interior, adivinhando pensamentos e concedendo-lhes os desejos. Com um discurso livre indireto o narrador funde-se aos personagens.

Qualquer semelhança é mera coincidência com o BIG BOSS, Bial e, principalmente, com a audiência..

É! Somos escritores de romances? Somos apenas bonecos para a televisão? Eu sou eu!!! E em português e sem "Eiffel".

THE GAME MUST GO ON!!!

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