sábado, 1 de junho de 2013

Frantisek dança

O louco dos pensamentos da linda e doce donzela da banheira dançava descalço pelas ruas de uma cidade.


CONTO PROIBIDO - FAVOR NÃO LEIA...SE FOR SENSÍVEL!!!!



Vagando pelas ruas da cidade Frantisek, nome fictício criado pela garota de seus sonhos, lembrava a tragédia do seu romance. Tudo por culpa da cueca que ganhara de sua mãe.

Há muito sonhara com letreiros estampando seus nomes verdadeiros e sua história de amor no cinema: 
Tininha e Manon...um amor sem limites.

Mas a minha mente agora só conseguia lembrar  daquela doce menina, outrora, bronzeada....

A morena do meu inverno. Tininha me encarava chorosa com a boca cheia de sangue. Em suas mãos, vi meu "OH PEDAÇO DE MIM...OH METADE AFASTADA DE MIM" decepado. [grito].

Uma dor angustiante me despertou na marra. Tininha me encarava chorosa com a boca cheia de sangue. Ela engoliu a falangeta do meu dedo mínimo e caiu sobre o travesseiro com os olhos arregalados, pois ela nunca fechava os olhos para dormir e sempre que se apaixonava demais, arrancava pedaços dos parceiros.

Eu agora era um mutilado, mas me sentia envaidecido. Uma linda garota que tatuou o cristo crucificado nos seus grandes lábios carnudos aos dezesseis e que ainda era virgem aos vinte e dois.... me amava...HUMMM...e como me amava.

A loira do meu verão. Em meu primeiro amanhecer ao lado de Manon, ela abriu os olhos e iluminou a minha face.

Levantou-se, nua, dizendo que me traria café na cama. Apareceu minutos depois vestida com a bandeja de café. Havia vidro moído dentro da xícara, mas ela me avisou a tempo de evitar o primeiro gole. 

Em outra ocasião, ela pediu que eu a esperasse na banheira de espuma. Havia dez cobras dentro da água, mas ela me salvou novamente. 

Manon faz o estilo pinup, doce e delicada como licor de anis e, o louco e ardente, amor com ela é irretocável.

Desconfiado por causa da minha atípica baixa imunidade, coletei um pouco da comida preparada por Manon e mandei para exames no laboratório.

Chumbo.

Se você a conhecesse, certamente..... a perdoaria também.

Eu agora era um mutilado e envenenado. Mamãe odiava ..... e Chico também a amava... sei disso.

"Oh, pedaço de mim
Oh, metade amputada de mim
Leva o que há de ti
Que a saudade dói latejada
É assim como uma fisgada
No membro que já perdi"

(trecho da música Pedaço de Mim - Chico Buarque, para a peça Ópera do Malandro - 1977/1978)

Ilustração: Livre Sabiá
Texto adaptado do Conto: Tininha e Manon de Kat Taibhseach

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