terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Paredão 2 - Ô Ana, é a idade de fazer bobagem pois o mundo é um moinho






Hoje começo meu "textículo" cantando Noite Ilustrada:

Ela tem 18 anos, eu vou fazer 56
Carrego os meus desenganos
E ela sonha em ser feliz
Imaginem vocês

Isso pode ser amor
Mas pode ser também tudo ilusão, tudo miragem
Ela está no período sonhador
E eu na idade de fazer bobagem

E foi com a língua que fez as bobagens e foi com o estereótipo de La Barbe Bleube que o emparedado cria sua personagem.

E tanto quanto o poeta e seus desenganos, La Barbe sente-se livre para abrir seus devaneios sobre sua Dulcineia apaixonada em um mundo louco. Mundo no qual a moça nobre, de posses, relaciona-se com o cavaleiro de barba suja, corpo magro, travestido da mais podre face tatuada: a feiura.

Assim como para Cervantes essa liberdade desvanece e ele percebe que ainda está presos a limites mundanos. E a nobreza da riqueza enebriada pela pobreza da última coca-cola do deserto que tem a bunda mais linda do pagode esperto (Coelho!!!! De Noite Ilustrada c passa para Alexandre Pires - Arriégua) deixa cair a máscara da diversidade e mostra a cara da beligerância.

E não tem jeito! Para o poeta o amor pode ser apenas ilusão ou miragem quando tratamos de uma menina no período sonhador. Mas qual o período sonhador de uma donzela? Quem ataca o amor de La Barbe Pepe Le Gambá Quixote de La Mancha e aceita Angel e Alex sob ovação deixa-me, no mínimo, intrigado. Qual o ponto de corte para maturidade na vida e, sobremaneira, no amor?

Não me venham com essa de que ele tem cara de tarado e é asqueroso. O jeito que ele olha para as meninas como se objeto fosse é deprimente. Quando a beligerante pede para Renan, o Adão do BBB16 (merece mais comentários), fazer poses e o fica chamando de gostoso isso não é reprovável? Como aceitar a reação intempestiva de uma "playboyzinha" (Leão! Foi ela que disse que sai quebrando tudo em casa) porque ela estava bêbada e condenar o olhar de bêbado de um bêbado?

Não se pode jogar na latrina a reputação de uma pessoa simplesmente para defender paixões pessoais ou para parecer ativista. Ativismo seletivo por sinal. Porque grita e esperneia contra um velho nojento e aceita o amor do cantor pela cantora. Então canta, Ô Ana! Canta!

Ô, Ana,
Cê sái tão cedo
E nunca explica
Se vai de medo
Ou se vai de aflita.

Ô, Ana,
Abre o teu quarto,
Vou de visita,
Eu gosto tanto
De te ver bonita.

Se desse eu dava Ana
Aquele brinco pra você.
Se eu pudesse comprava Ana
Todas as roupas pra você provar.
Eu dava tudo ah,
O meu violão eu largava,
Eu dava tudo
Pra visitar teu coração.

Ô, Ana,
Cê sái tão cedo
E nunca explica
Se vai de medo
Ou se vai de aflita


Link: http://www.vagalume.com.br/mallu-magalhaes/o-ana.html#ixzz3z2Qk9StO


Ô, Ana Cê sái tão se eu pudesse eu te comprava o mundo para te deixar bonita e aceitar que um mundo é uma roda vida. Ô, Ana, mete o dedo na ferida mas esconda o fora que levou das mina. Vem pra cá querida
Ainda é cedo, amor
Mal começaste a conhecer a vida
Já anuncias a hora da partida
Sem saber mesmo o rumo que irás tomar

Presta atenção, querida
Embora eu saiba que estás resolvida
Em cada esquina cai um pouco a tua vida
Em pouco tempo não serás mais o que és

Ouça-me bem, amor
Preste atenção, o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos tão mesquinhos
Vai reduzir as ilusões a pó

Presta atenção, querida
Em cada amor tu herdarás só o cinismo
Quando notares estás à beira do abismo

Abismo que cavastes com teus pés

O Mundo é um Moinho (Cartola)

Pois é depois de um texto gigante que se resume a não julgarás um tatuador por sua barba, nem uma mulher por seu machismo. E eu chamo aqui para fora Ô Ana...

Traz aqui para porta o nosso decrépito Barba.

Vem Barba! Nos mostre aqui fora que o amor não tem limites metafísicos!

PS.: Há uns dois dias escrevi um post impublicável sobre as idiossincrasias dos participantes do BBB e, quanto mais principalmente, da audiência de BBB.

Chamado de coelho porco chauvinista em algumas redes sociais me defendo dizendo apenas uma coisa: Ativistas de rede social: a sua ideologia acabará quando o homem entender que está preso na intricada rede invisível das palavras que ainda não foram ditas e que essas malditas palavras mantém o homem (espécie) mais longe da verdade falaciosa da realidade

PS2.: Quais serão nossos moinhos?

PS3.: Eu gostava

PS4.: Está muito caro

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