quinta-feira, 1 de agosto de 2013

A revolução das impressoras 3D

Em 1984, Charles Hull fez a primeira impressora 3D, que, em vez de tinta no papel, constrói objetos camada a camada. Mas foi nos últimos anos que ela evoluiu e barateou. E a revolução começou.

Imprima carros
Apresentador do programa de televisão americano The Tonight Show, Jay Leno é fã de carros antigos. Em sua garagem, são mais de cem. Mas o hobby tinha um empecilho: peças antigas são raras, quando não inexistentes. Então, Leno resolveu imprimir partes de seu Stanley Steamer 1909, um calhambeque movido a vapor. Isso aí, imprimir. Ressuscitou o carro com uma impressora 3D. Não à toa, o setor automotivo é dos que mais investem na tecnologia, diz Luiz Fernando Dompieri, diretor-geral da fabricante de protótipos 3D Robtec. E as impressoras não vão só dar vida a clássicos, como um Jurassic Park automobilístico. Em 2011, o Urbee foi lançado como o "primeiro automóvel impresso em 3D" - embora só a carroceria tenha sido feita assim. É o mesmo caso do Areion, carro de corrida feito por um grupo de estudantes de engenharia belgas. Ele tem velocidade máxima de 140 km/h. Nada mal. "Tentaremos fazer um carro por ano, mas não há planos para uma escala industrial", diz Joris Aerts, chefe da Formula Group T, a equipe do Areion, que corre em competições universitárias.

Imprima casas
Quando era pequeno, assim como tantas outras crianças de tantas gerações, o italiano Enrico Dini construía castelos de areia. Em 2007, já adulto, criou uma megaimpressora 3D que usa areia e uma cola à base de magnésio para fazer casas. Não há nada de concreto, aço ou metal na obra. A D-Shape monta estruturas de até 6 metros por 6 metros, e a construção demora até quatro vezes menos tempo do que pelo método tradicional. No futuro, Dini pretende construir abrigos para sobreviventes de catástrofes e casas populares para população de baixa renda. Mas sua pretensão vai muito mais longe. Ele quer fazer casas na Lua e ajudar a concluir as obras da basílica da Sagrada Família, em Barcelona.

Imprima comida
Pois é, já dá para imprimir até comida. Bem, quase. O projeto Cornucópia, criado pelo designer brasileiro Marcelo Coelho e o engenheiro israelense Amit Zoran, é composto por uma impressora 3D de alimentos, um braço robótico para prepará-los e um mixer. O maior trabalho é colocar a comida nos 12 compartimentos da impressora. Depois, basta especificar as calorias a serem ingeridas e se é preciso misturar, aquecer ou resfriar. O equipamento, então, usa as cápsulas dos ingredientes para moldar e preparar a comida, como um reles cartucho de impressora comum. "Por enquanto, só consegui imprimir bombons de chocolate, nozes e avelãs. Mas imagino que, no futuro, será possível imprimir feijoada", acredita Coelho. Além disso tudo, a Cornucópia pode ser operada a distância. Saia do trabalho e imprima o jantar. Ao chegar em casa, ele estará pronto.

Imprima braços mágicos (!)
Com dois meses de vida, Emma LaVelle foi diagnosticada como portadora de artrogripose múltipla congênita, síndrome que provoca a atrofia das articulações e compromete os movimentos. Em outras palavras, ela não conseguia levantar os braços. Paciente do hospital pediátrico Alfred I. duPont, em Wilmington, Estados Unidos, ela tinha de usar uma pesada armadura que a obrigava a andar como um androide. Foi então que dois pesquisadores do hospital, Whitney Sample e Tariq Rahman, desenvolveram o Wrex. Trata-se de um exoesqueleto robótico customizado, feito de plástico. Um "braço mágico", como a própria Emma chama. Mais simples, mais barato. Quando ela, hoje com dois anos, cresce ou quebra alguma peça, é só imprimir uma nova. "Hoje em dia, tudo o que você imaginar pode ser impresso em 3D. No campo das próteses ortopédicas, então, as possibilidades são infinitas", diz Sample.
- Imprima próteses  
- Imprima ossos
- Imprima remédios

- Imprima tecidos do corpo  
- Imprima vacinas

Saiba mais em:
http://super.abril.com.br/tecnologia/revolucao-impressoras-3d-733010.shtmlImprima órgãos



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