segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Alien


http://www.dragoart.com/tuts/17056/1/1/how-to-draw-newborn-alien,-newborn-alien.htm

A verdade é que não existem verdades.

Nossa vida é repleta de dogmas e paradigmas que nos conduzem como jumentos com antolhos em uma direção única. Nossa percepção é embotada por esses filtros que impedem que entendamos o outro em sua essência.

No BBB não poderia ser diferente e as críticas entre os participantes são comuns. Tudo se transforma em fofoca e motivo para que apontemos os defeitos e esqueçamos quaisquer outras demonstrações de apreço.

Nessa edição se torna cada vez mais clara essa questão, a diversidade de opiniões e, principalmente, a parcialidade de torcidas de futebol entre os comentaristas dos Blogs. O pecado de um é transformado na virtude do outro, e vice-versa. Agora precisamos entender que isso é uma "novela" e não merece extrapolar os limites da televisão.

Neste programa assusta a quantidade de rejeitados pelo público. Amanhã provavelmente sairá o menos rejeitado ou aquele que possui uma aliança aqui fora mais forte.

Em particular, a personagem Vanessa desempenha um dos papeis mais nojentos em todas as edições de BBB. O baixo nível de seus comentários desaguam no episódio do "VAI SF" para o risco de Fran cortar os pés em cacos de vidro na festa Unreal. Isso mesmo, penso que esse tipo de atitude é muito mais nefasta que o preconceito racial contra pererecas, ela tem direito de ter nojo do que quiser.

Clara e Vanessa têm certeza absoluta que Júnior e Letícia estão totalmente queimados aqui fora (certeza estranha como toda a trajetória dessas meninas "abençoadas". E para garantir o próximo paredão Vanessa direciona seus canhões para Letícia, a rejeitada pelo público. A mesma estratégia que utilizou contra Fran nessa semana.

A tropa dos hipocritamente corretos defendem as atitudes indefensáveis dessas duas najas em pele de cordeiro, que destilam seu veneno à distância. Pena que a produção comprou as duas com o dinheiro dos patrocinadores que venderam muito com a novela de "Walcyr Carrasco" e querem continuar a lucrar.

Júnior, realmente, é um infeliz deslumbrado, narciso e prepotente. Assim como Letícia que premeditou uma personagem mas faltou bagagem cultural para sustentar. Os dois não possuem carisma suficiente para ganhar o 1,5 milhão, mas penso (minha opinião) que merecem ficar mais tempo que a personagem coitadinha, presunçosa e cheia de soberba da Vanessa.

Enfim, isso não é uma defesa...é apenas um desabafo contra tudo aquilo de sujo que enxergamos por trás de pseudo-moralistas e black-blocks aliens.

The Game Must Go On
De preferência sem "A Protegida"

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Santânia

Olavo Bilac

Nua, de pé, solto o cabelo às costas,
Sorri. Na alcova perfumada e quente,
Pela janela, como um rio enorme
De áureas ondas tranqüilas e impalpáveis,
Profusamente a luz do meio-dia
Entra e se espalha palpitante e viva.
Entra, parte-se em feixes rutilantes,
Aviva as cores das tapeçarias,
Doura os espelhos e os cristais inflama.
Depois, tremendo, como a arfar, desliza
Pelo chão, desenrola-se, e, mais leve,
Como uma vaga preguiçosa e lenta,
Vem lhe beijar a pequenina ponta
Do pequenino pé macio e branco.

Sobe... cinge-lhe a perna longamente;
Sobe... - e que volta sensual descreve
Para abranger todo o quadril! - prossegue.
Lambe-lhe o ventre, abraça-lhe a cintura,
Morde-lhe os bicos túmidos dos seios,
Corre-lhe a espádua, espia-lhe o recôncavo
Da axila, acende-lhe o coral da boca,
E antes de se ir perder na escura noite,
Na densa noite dos cabelos negros,
Pára confusa, a palpitar, diante
Da luz mais bela dos seus grandes olhos.

E aos mornos beijos, às carícias ternas
Da luz, cerrando levemente os cílios,
Satânia os lábios úmidos encurva,
E da boca na púrpura sangrenta
Abre um curto sorriso de volúpia...
Corre-lhe à flor da pele um calefrio;
Todo o seu sangue, alvoroçado, o curso
Apressa; e os olhos, pela fenda estreita
Das abaixadas pálpebras radiando,
Turvos, quebrados, lânguidos, contemplam,
Fitos no vácuo, uma visão querida...

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Fuma um árabe. A fonte rumoreja
Perto. À cabeça o cântaro repleto,
Com as mãos morenas suspendendo a saia,
Uma mulher afasta-se, cantando.
E o árabe dorme numa densa nuvem
De fumo... E o canto perde-se à distância...
E a noite chega, tépida e estrelada...

Certo, bem doce deve ser a cena
Que os seus olhos estáticos ao longe,
Turvos, quebrados, lânguidos, contemplam.
Há pela alcova, entanto, um murmúrio
De vozes. A princípio é um sopro escasso,
Um sussurrar baixinho.. . Aumenta logo:
É uma prece, um clamor, um coro imenso
De ardentes vozes, de convulsos gritos.
É a voz da Carne, é a voz da Mocidade,
- Canto vivo de força e de beleza,
Que sobe desse corpo iluminado...

Dizem os braços: "- Quando o instante doce
Há de chegar, em que, à pressão ansiosa
Destes laços de músculos sadios,
Um corpo amado vibrará de gozo? -"

E os seios dizem: "- Que sedentos lábios,
Que ávidos lábios sorverão o vinho
Rubro, que temos nestas cheias taças?

Para essa boca que esperamos, pulsa
Nestas carnes o sangue, enche estas veias,
E entesa e apruma estes rosados bicos... -"

E a boca: "- Eu tenho nesta fina concha
Pérolas níveas do mais alto preço,
E corais mais brilhantes e mais puros
Que a rubra selva que de um tino manto
Cobre o fundo dos mares da Abissínia...
Ardo e suspiro! Como o dia tarda
Em que meus lábios possam ser beijados,
Mais que beijados: possam ser mordidos -"

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Mas, quando, enfim, das regiões descendo
Que, errante, em sonhos percorreu, Satânia
Olha-se, e vê-se nua, e, estremecendo,
Veste-se, e aos olhos ávidos do dia
Vela os encantos, - essa voz declina
Lenta, abafada, trêmula...

Um barulho
De linhos frescos, de brilhantes sedas
Amarrotadas pelas mãos nervosas,
Enche a alcova, derrama-se nos ares...
E, sob as roupas que a sufocam, inda
Por largo tempo, a soluçar, se escuta
Num longo choro a entrecortada queixa
Das deslumbrantes carnes escondidas...
Fonte: http://pt.poesia.wikia.com/wiki/Sat%C3%A2nia

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