quarta-feira, 12 de março de 2014

As máscaras caem



Fecharam-se as cortinas para a personagem Aline do BBB14.

O importante é entender que a história lá dentro acabou e a vida da garota recomeça agora. Ela poderia sair de lá com um Oscar de melhor atriz coadjuvante. Poderíamos julgá-la como a vilã da edição para alimentar o maniqueísmo que nos controla culturalmente desde o mais remoto dos tempos.

Na verdade viramos nossa cara contra a realidade que todos somos maus, por natureza, e nos fantasiamos de bonzinhos para a Sociedade. No momento que vestimos nossa camisa de torcida organizada, ou usamos capuzes, nossa violência aflora em prol do "bem comum". Talvez prefiram o mal comum pois acreditam que o homem mau é o contrário do homem bom.

O BBB14 acabou para ela e eu prefiro acreditar na Teoria da Conspiração. Acredito que Aline entrou para sair no BBB turbo como atriz para agitar. Aline acabou caindo muito cedo no paredão e construiu uma aliança contra Letícia. Tomou as rédeas do jogo e a produção não poderia "retroceder nunca" sob pena de perder totalmente a credibilidade do programa (acabou acontecendo). Hipótese essa que justificaria o arroubo da moça contra a produção com o seu histórico VTC. Naquele momento ela já entendia que seu índice de rejeição seria estratosférico e sua carreira estava comprometida.

Pronto! Chutou o pau da barraca! E recebeu a ordem de criar situações para que fosse logo eliminada. Aproveita a deixa da Bárbara Paz e inventa uma briga com Ângela, sua melhor amiga, do nada. Ah! Ela é bipolar! Por mais ciclotímica que Aline fosse a mudança de rumo de seu jogo foi estranha. Seu comportamento ficou cada dia mais premeditado. Seu suicídio ficou transparente. Praticamente jogou um copo de bebida na nossa TV para eliminá-la.

( Esse coelho bebeu!!!!!)

No fundo, no fundo, somos levados a acreditar naquilo que outras pessoas querem. E acreditamos! Marcamos posição insensata simplesmente porque o ponto de vista de outrem parece ser verdadeiro, Criamos uma verdade, a nossa verdade, que na maioria das vezes é uma parte de um todo. A parcialidade que evita que enxerguemos o nosso bem. E "é o bem do povo e a Felicidade geral da Nação" que deveríamos procurar; e não o castigo pelo castigo a Lei de Talião. Simplesmente alimentar o ódio é ter certeza que quando crescer dentro de nós vai consumir cada uma de nossas vísceras.

Agora quero que vocês acreditem na minha história. Essa história é mais verdadeira do que se pode imaginar. Talvez seja a história da minha vida, da sua vida, ou da nossa vida. As máscaras dos brothers caíram, no discurso do Bial, e só Aline não estava atuando. Aline não atuou lá dentro diferente do que faz aqui fora. Simplesmente ela atuou como aqui fora, porque entrou lá como atriz.

Enfim o jogo acabou e ela volta para o seu mundo real de atriz. Não cabe julgamento! A prova inconteste é que Dona Ledi mostrou para o público que seria impossível que Aline fosse esse monstro que ela criou. A criatura tomou posse do Criador.

Aline ainda te aplaudirei "de pé" na Comédia Dramática da vida.

THE GAME MUST GO ON
 E vamos parar de fofoca nesse jogo!! Aline saiu!

Minha História

Chico Buarque

Ele vinha sem muita conversa, sem muito explicar
Eu só sei que falava e cheirava e gostava de mar
Sei que tinha tatuagem no braço e dourado no dente
E minha mãe se entregou a esse homem perdidamente, laiá, laiá, laiá, laiá
Ele assim como veio partiu não se sabe prá onde
E deixou minha mãe com o olhar cada dia mais longe
Esperando, parada, pregada na pedra do porto
Com seu único velho vestido, cada dia mais curto, laiá, laiá, laiá, laiá
Quando enfim eu nasci, minha mãe embrulhou-me num manto
Me vestiu como se eu fosse assim uma espécie de santo
Mas por não se lembrar de acalantos, a pobre mulher
Me ninava cantando cantigas de cabaré, laiá, laiá, laiá, laiá
Minha mãe não tardou alertar toda a vizinhança
A mostrar que ali estava bem mais que uma simples criança
E não sei bem se por ironia ou se por amor
Resolveu me chamar com o nome do Nosso Senhor, laiá, laiá, laiá, laiá
Minha história e esse nome que ainda carrego comigo
Quando vou bar em bar, viro a mesa, berro, bebo e brigo
Os ladrões e as amantes, meus colegas de copo e de cruz
Me conhecem só pelo meu nome de menino Jesus, laiá, laiá
Os ladrões e as amantes, meus colegas de copo e de cruz
Me conhecem só pelo meu nome de menino Jesus, laiá, laiá, laiá, laiá

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