sábado, 8 de março de 2014

“Ninguém nasce mulher. Torna-se mulher.”


“Ninguém nasce mulher. Torna-se mulher.” (Simone de Bevaouir)

O sonho de grande parte das mulheres é conceber um filho.

Na imagem, a partir de 12 semanas, um bom ultrassonografista pode apontar o sexo com grande probabilidade de acerto. Com 16 semanas as chances do médico errar são mínimas. E esse pode ser o segundo grande choro de emoção do casal após a gravidez.

E como mero observador, leigo, entendo que a maioria das mulheres vibram muito mais quando escutam que um dos filhos é mulher. Por quê? Porque podem "corrigir" ou projetar suas alegrias e decepções naquela criança. E poderão pentear e vestir como faziam com suas bonecas na infância. Sem contar que terão companhia no "shopping" e no "salão". (ARGHHHH!!!! Coelho vou ali vomitar com esse seu comentário machista)

Sabe!? Se isso é verdade, mentira ou mentira hipócrita...não sei! Mas é uma opinião e cada um pode ter a sua! Entendo que muito mais do que gênero precisamos remodelar nosso sistema de cultura e valores (ARGHHHHH!!!! Odeio esse seu sarcasmo irônico coelho louco!).

Entretanto o resultado que encontramos na modernidade é uma mulher muito mais masculinizada e um homem mais afeminado, no que tange aos aspectos culturais. em resposta a pressão coercitiva majoritária que tende a modular o modelo mental dos indivíduos (Tentou esconder o machismo ao tentar evitar usar o termo "politicamente correto"...mas não conseguiu!).

Temos então uma mulher multi-tarefa que trabalha 3 expedientes que tenta esconder sua postura machista através de comportamentos, muitas vezes, incoerentes. Assim caminha a humanidade...e conviveremos com isso até que entendamos que a melhor forma de evoluir é tentar debater ideias e não manter posições rígidas dentro de paradigmas de verdade (Coelho...chato...hoje é dia das mulheres!)

Ah! Nem vem que não tem! Mulher é possuir um aparelho genital feminino? Independente de seus valores? Ser mulher é muito mais do que uma conduta social. Ser mulher é ter personalidade. Ser mulher é algo pouco friável, é uma abstração, é um sonho que não pode ser definido por ninguém; apenas pela própria mulher.

E dia da mulher é mais um apelo comercial, um dia para a esposa reclamar que o marido esqueceu, um dia para receber poemas e nada mais. E os outros 364 dias do ano, se o ano não for bissexto 365, o que fazemos para entender a mulher?

(E onde está o BBB nessa história...Coelho Porco Chauvinista?)

O BBB14 está na definição de mulher. Não se pode definir uma mulher. Não se pode decifrar a esfinge. Não se pode entender um Deus. Não se pode encontrar a perfeição. Não se pode invadir o Paraíso. (Fumou...coelho?) Pois é não chegaremos a um consenso. Porém, entretanto, todavia e mas podemos delimitar o que não é ser mulher.

E as personagem Clara, Vanessa, Ângela e Aline personificam as mulheres mais misóginas que já conheci. O efeito deletério sobre as conquistas feministas dos últimos anos é absolutamente claro na ação dessas donzelas em perigo. Para exemplificar: a atitude da Aline em provocar uma discussão com Marcelo, e premeditadamente o agredir, esperando uma reação e uma condenação já que o homem tem pelo menos 3 vezes mais força que a mulher - agora eu sou o machista? -foi a coisa mais torpe da televisão brasileira [ Odete Roithman se remoeu no túmulo ].

E para emprestar leveza ao post preciso comentar a leveza de uma personagem que está longe da mulher ideal. Até porque não existe mulher ideal. Mas é a mulher desse BBB - a Gertrudes de Drummond. Cada dia consegue superar em pureza. Uma doce simplicidade brejeira que desperta o sentimento paterno, materno, fraternal  e também libidinoso de qualquer ser humano. Falamos da mulher polinômio, daquela samambaia que enfeita e encanta o ambiente, que paulatinamente vai ganhando prêmios, com sua sorte de campeã, e simpatizantes com seu jeitinho despretensioso.

Assim parabenizo Tatiele Poliprêmios em nome de todas as mulheres que embelezam e constroem a cada dia um mundo melhor e tornam-se cada vez mais mulheres. (Pronto!!! O coelho agora ficou piegas).

Mulher é quem se reconhece Mulher (by EOV)

THE GAME MUST GO ON



 Canção das mulheres



Que o outro saiba quando estou com medo, e me tome nos braços sem fazer perguntas demais.



Que o outro note quando preciso de silêncio e não vá embora batendo a porta, mas entenda que não o amarei menos porque estou quieta.


Que o outro aceite que me preocupo com ele e não se irrite com minha solicitude, e se ela for excessiva saiba me dizer isso com delicadeza ou bom humor.

Que o outro perceba minha fragilidade e não ria de mim, nem se aproveite disso.

Que se eu faço uma bobagem o outro goste um pouco mais de mim, porque também preciso poder fazer tolices tantas vezes.

Que se estou apenas cansada o outro não pense logo que estou nervosa, ou doente, ou agressiva, nem diga que reclamo demais.

Que o outro sinta quanto me dói a ideia da perda, e ou se ficar comigo um pouco — em lugar de voltar logo à sua vida, não porque lá está a sua verdade mas talvez seu medo ou sua culpa.

Que se começo a chorar sem motivo depois de um dia daqueles, o outro não desconfie logo que é culpa dele, ou que não o amo mais.

Que se estou numa fase ruim o outro seja meu cúmplice, mas sem fazer alarde nem dizendo: “Olha que estou tendo muita paciência com você!”

Que se meu entusiasmo por alguma coisa o outro não a diminua, nem me chame de ingênua, nem queira fechar essa porta necessária que se abre para mim, por mais tola que lhe pareça.

Que quando sem querer eu digo uma coisa bem inadequada diante de mais pessoas, o outro não me exponha nem me ridicularize.

Que quando levanto de madrugada e ando pela casa, o outro não venha logo atrás de mim reclamando: “Mas que chateação essa sua mania, volta pra cama!”

Que se eu peço um segundo drinque no restaurante o outro não comente logo: “Poxa, mais um?”

Que se eu eventualmente perco a paciência, perco a graça e perco a compostura, o outro ainda assim me ache linda e me admire.

Que o outro — filho, amigo, amante, marido — não me considere sempre disponível, sempre necessariamente compreensiva, mas me aceite quando não estou podendo ser nada disso.

Que, finalmente, o outro entenda que mesmo se às vezes me esforço, não sou, nem devo ser, a mulher-maravilha, mas apenas uma pessoa: vulnerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa — uma mulher.



__Lya Luft, in Pensar é Transgredir

Colaboração: HelenaDuManeco

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