segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Quem lucra e quem perde?




O paredão do dia 25 de fevereiro, assim como foi para Mário de Andrade, a passagem de Diego ou Roni dessa vida para uma melhor.

Quem colocou Diego no paredão? Foi Aline? Se pintássemos um quadro veduta do acontecido o máximo que obteríamos era um de natureza morta. A paisagem urbana seria descrita apenas com plantas. 

Marcelo assinou seu atestado de planta, ao mais uma vez, perder a oportunidade de virar herói - tudo bem que mais vale um covarde vivo que um herói morto - ao entregar a imunidade a Roni.

Ângela (comigo-ninguém-pode) juntamente com Clara (copo-de-leite) e a Vanessa (mamona), todas plantas venenosas, construíram o voto da Aline (samambaia) em Diego desde do paredão de Letícia.

Roni, mais uma vez, demonstrou coragem ao não votar em Fran e colocar o casal Frango na linha de fuzilamento (não fala de fuzil coelho que ainda não é o momento).

Qualquer resultado significará o fortalecimento das Cajazeiras, em número e em poder, e teremos um casal separado. E é aí que o jogo pode mudar de rumo. E mais uma vez, teremos Marcelo Mandacaru (planta que vive na seca) no centro da plantação.

Caso Roni seja eliminado o casal Tatiele e Marcelo poderá ser formado rapidamente. E provavelmente se tornaria o casal mais engraçado da história do BBB. Imaginei as sorvetadas na cabeça de um e de outro. Sem contar que a música tema do casal seria de Caetano (bem lentinha).

Se Diego for o defenestrado a formação do casal franela (só serve para limpar) será ainda mais rápida. Fran percebe no Marcelo o tipo de homem que ela gosta (banana ou romântico?) e o transformará em seu tapete vermelho (os mais cáusticos poderiam chamar de capacho). Presenciaremos discussões homéricas do Marcelo (Klunk da esquadrilha abutre) com Fran (Chiquinha do Chaves chorando) e ninguém entenderá nada do que falam.

Nessas duas hipóteses a Tarantulângela no fundo do poço de sua amargura se transformará na personagem mais insuportável, de se ouvir, de toda história do BBB (pior do que a Pink surtada).

No fim das contas o lucro vai para quem souber adubar melhor esse jogo de ervas daninhas. Até agora...a minhoca...do seu Valter é a que faz o melhor serviço subterrâneo e transparente.

No mais...é o que temos para hoje!
O BBB das amarguradas estão levando a casa para o seu fim!
Pelo menos vale 1,5 milhão de reais! (Ainda prefiro meus valores)

PS.: Mais uma vez...reforço que as "viagens" do coelho visam divertir e consideram os participantes como meras caricaturas. Suas fantasias são montadas quando entram (Ilha da Fantasia...saudade do Tatu) e não representam suas verdadeiras personalidades.
Só quem já viveu confinado, e sobre pressão, sabe que o nosso lado mais pernicioso emerge.

THE GAME MUST GO ON!


NATUREZA VIVA
Caio Fernando Abreu

"...Mas dirás assim, por exemplo, como você sabe, sim como você sabe, a gente, as pessoas, infelizmente têm, temos, essa coisa, emoções, mas te deténs, infelizmente? o outro talvez perguntaria por que infelizmente? então dirás rápido, para não desviar-te demasiado do que estabeleceste, qualquer coisa como seria tão bom se pudéssemos nos relacionar sem que nenhum dos dois esperasse absolutamente nada, mas infelizmente, insistirás, infelizmente nós, a gente, as pessoas, têm, temos - emoções. Meditarias: as pessoas falam coisas, e por trás do que falam há o que sentem, e por trás do que sentem há o que são e nem sempre se mostra. Há os níveis-não-formulados, camadas imperceptíveis, fantasias que nem sempre controlamos, expectativas que quase nunca se cumprem, e sobretudo emoções. Que nem se mostra. Por tudo isso, infelizmente, repetirás, insistirás, completamente desesperado, e teu único apoio seria a mão estendida que, passo a passo, raciocinas com penosa lucidez, através de cada palavra estarás quem sabe afastando para sempre. Mas já não sou capaz de me calar, talvez dirás então, descontrolado, e um pouco mais dramático, porque meu silêncio já não é uma omissão, mas uma mentira. O outro te olhará com seus olhos vazios, não entendendo que teu ritmo acompanharia o desenrolar de uma paisagem interna, absolutamente não-verbalizável, desenhada traço a traço em cada minuto dos vários dias e tantas noites de todos aqueles meses anteriores, recuando até a data, maldita ou bendita, ainda não ousaste definir, em que pela primeira vez o círculo magnético da existência de um, por acaso banal ou pura magia, interceptou o círculo do outro.No silêncio que se faria, pensas, precisarás fazer alguma coisa, como colocar um disco ou ensaiar um gesto, mas talvez não faças nada, porque ele continuará te olhando com seus olhos vazios, no fundo dos quais procuras, mergulhador submarino, o indício mínimo de um tesouro escondido para que possas voltar à tona com um sorriso nos lábios e as mãos repletas de pedras preciosas. Mas nesse silêncio que certamente se fará, talvez acendas mais um cigarro, e com a seca boca cerrada, sem nenhum sorriso, evitarias o mergulho para não correres o risco de encontrar uma fera adormecida..."

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